domingo, 20 de julho de 2008

destinatário: alguém que foi muito querido

São Paulo, 20 de julho de 2008.

Bom dia.
Ainda me resta gentileza e um pouco de bem querer.
Então perguntarei: Como vai você?

Não, nem pense em ter aquela educação pequena burguesa comigo, e, me devolver um "você está bem"? sem realmente desejar saber.

Você sabe como me sinto quando me dá como resposta o vazio?
Um conjunto vazio quando se une a A é igual a A.
Não consegue perceber, não é mesmo?
Seu pequeno conturbado caos-universo não conhece a lei do movimento planetário.
E tudo gira de tal modo que é impossível ter interações orbitais.
Fica no heliocentrismo.
Estou cansada da névoa cósmica,
da fumaça lírica que solta por aí.
Quero a palavra nua. Crua.
Sem censura ou AI5.
Quero clareza matemática.
Só considero o quantum de possibilidade.
Como possibilidade.

Você pode até dizer que a greve dos correios atrasou a resposta.
Mas, meu bem, estamos no mundo do faz-de-conta.
Aqui não há greves, nem correios.
Só verdade fragmentada em vidros coloridos.
Que de tão partidos mudam, num pequeno girar, de lugar.

Até logo.
T.

quarta-feira, 9 de julho de 2008

For the strongs



A praticidade sempre foi minha companheira
Hoje,tento ser prática, mas não consigo
Os sentimentos me atravessam
Me rasgam, invadem.

Tudo o que quero neste momento
É estar perto de você.
Dói gostar de você.
Eles me rasgam.
Tenho medo.

Agora, em processo de desintoxicação do restante
que ficou por muito tempo parado.
Mas, você não vê. Ninguém vê.
Sou linguagem metafórica-antropofágica
dadaísta-arcaica-cafona-carnavalesca

Eles me rasgam.
Você poderia trazer um analgésico qualquer.
Mas, você não quer. Ninguém quer.
E eles
Eles me rasgam.
É coisa demais.

Em companhia de: escuro do quarto