quinta-feira, 26 de junho de 2008

concepções sublimes

a máquina captura o movimento,
o ouvido o som do sentimento.
no ar,
o cheiro da vibração do pulsar.

Em companhia de: Boléro (Maurice Ravel)

quinta-feira, 19 de junho de 2008

céu da boca II

Quinta jantei Maiakóvski.
Viciei no seu humor picante e ácido
e esse sabor me fez lembrar
de uma data inusitada: Maio de 2008.
Dia em que fui convocada para me apresentar
a linha de frente e encarar coisas de tempos guardadas.

Depois, para quebrar esse sabor,
usei o truque indiano:
doce.
Me dei de presente uma sobremesa
muito doce:
Dave Brubeck.


Em companhia de: duas figuras geniais (Take Five)

céu da boca

Cada pessoa
um sabor.
Algumas de tão doce, enjoa;
Outras macias e
de um doce suave que vicia,
Encanta.
Picante que queima,
Excita.
Ácido corrosivo, irritante
Estimula o salivar.
Salgado impregnado de impertinência,
na medida exata
Satisfaz.
Outras tantas
de tanta dor, tanta tristeza e pesar,
Amarga.
E de tão diversa as combinações
emerge uma explosão deliciosa
e intrigante
de criaturas-estelares-mutantes.

Em companhia de: Fold (José González)

segunda-feira, 16 de junho de 2008

sinfonia luminosa de Goethe



“O olho deve sua existência à luz.
Assim, o olho se forma na luz e para a luz interna
venha ao encontro da luz extrema. (…)
As cores são feitos da luz, feitos e paixões.”

Em companhia de: fazedor de móbile, inventor do tempo e cientista das palavras

sexta-feira, 13 de junho de 2008

frase do dia / promessa

Hoje conversando com uma pessoa muito especial
e infelizmente não tão presente, ouvi a coisa mais
linda da semana e que me toca profundamente.
O detentor de humor e sensibilidade me disse o quanto é ótimo eu escrever e assumir meus sentimentos, porque de tanto guardá-los as palavras transbordaram em talento…
Nem precisava mais nada.
Mas, ele completou com a frase do dia:
“a inteligência é afrodisíaca”.

Lavro aqui nosso compromisso e que seja cumprido.

Em companhia de: tec tec da máquina-metamorfose-de-graham-bell

quinta-feira, 12 de junho de 2008

infinito de nós dois

Você pode não cantar Vinicius, 
não declamar Maiakovski, 
nem saber quem foi Tristan Tzara.
Mas, o que você me faz, ninguém faz...
Amo-te com esse sorriso de criança que acaba de ganhar presente,
com a alegria que contagia e simpatia sem igual.
Declaro hoje todo meu amor à você.




terça-feira, 10 de junho de 2008

Nunca vou te abandonar…

Desde muito pequena penso que sem amigos a vida simplesmente não faz sentido, não é possível.
A amizade é uma das coisas mais belas. Tenho pensado que talvez esse tal amor incondicional, que se fala tanto, seja ela: a amizade.
É com os amigos que divido as fraquezas e forças, sem medo de ser imperfeita. Risadas, lágrimas, loucuras, dor, angústia, sucesso, alegria…
Desapego e aceitação, tudo sem julgamento.
Os amo acima de tudo, pode acontecer o que for, brigas, desesntendimentos, até uma decepção, mas no fim fica tudo bem.
Porque se não ficar, ou ainda não houve uma conversa franca ou não era amizade de verdade.

Que time, que nada!
Torcida apaixonada, mesmo, é a que tenho pela felicidade dos meus queridos.

Em companhia de: Manoel de Barros

sábado, 7 de junho de 2008

Tenho me percebido apaixonada...




Apaixonada pela beleza do cotidiano, pelo colorido da vida,
pelas risadas com amigos, pelas conversas filosóficas de botequim.
Ouvir uma boa música, ler coisas belas, apreciar coisas que tocam,
abraço gostoso de saudade, olhar gentil, gesto doce.
Tudo isso.
Viver é apaixonante.

Em companhia de: Nazareno, aquele ser-artista, que com singeleza diz o que precisa ser dito.

quarta-feira, 4 de junho de 2008

terça-feira, 3 de junho de 2008

Agridoce

Estava eu ali, passiva, como um flâneur, observando a beleza difícil da cidade gris.
O olhar captura num intante o gesto de ternura.
O toque carinhoso numa face maltratada: feia e bonita, o ajeitar dos fios de cabelos desgrenhados e o sorriso delicado de pequenas covinhas.
Tendo o viaduto colorido como telhado para os desabrigados.
Mas, não de amor.

Em companhia de: roncar dos automotores, céu azul e poesia empoeirada.

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Geotropismo

Noite gélida
vento alfineta
tempo escorre

Inverno pálido
inumou a glória
do prazer

Gesto terno
sutil beleza
num adeus

Em Companhia de: Melancholy Serenade (Ella Fitzgerald)

muito leve, leve pousa