quinta-feira, 29 de maio de 2008

História de herói



Eu e minhas inquietações...
Itto Ogami, o personagem sensível, forte e determinado do manga Lobo Solitário, é pra mim uma imagem muito forte do masculino.
E os símbolos são imagens ou mitos que sempre se fazem presentes em nossas vidas. Segundo o dr. Jung os símbolos antigos sempre estiveram presente no cotidiano do homem moderno, eles se manifestam no inconsciente, principalmente nos sonhos, que funciona como um lado obscuro da nossa mente.
O valor num elemento simbólico é implícito, é intermediário entre realidade reconhecível e o invisível. E muitas vezes, esse valor permanente de um antigo símbolo pode tentar renascer sob uma forma nova. Não é a toa que símbolos modernos se assemelhem com símbolos antigos tanto em seu significado quanto em forma.
Hoje em dia não acreditamos mais em deuses, quase não temos contato com a natureza e cada vez menos acreditamos no poder do símbolo e do imaginário.
Mas, o homem moderno vive os mitos de uma nova forma, uma delas por exemplo, através do cinema, e, um dos mitos mais populares e antigos da humanidade vivido até hoje é o mito do herói.
Há tempos comecei a observar que os mesmos aspectos formais e conceituais do símbolo de Hórus estavam presentes em várias imagens do meu cotidiano: o mito do herói presente no cinema, nos livros e, principalmente, a imagem persistente do Lobo Solitário.
Como pra mim pesquisar, ler e estudar é sempre uma alegria. Uni o útil ao agradável e fiz uma pesquisa extensa sobre o tema. Aqui vai uma “provinha” da lenda de um herói.

Meu Herói
No Egito antigo era comum ter amuletos com poderes mágicos, um dos mais comuns era o Olho de Hórus.
Havia no subconsciente dos egípcios a existência de uma divindade, um homem ou apenas um rosto conhecido como “quem comanda os dois Olhos”.
Olho direito, o Sol, e, o esquerdo, a Lua. E a espiral estilizada como um contorno de gota abaixo do olho se assemelha ao rosto do leopardo, que era associado aos céus na antiga mitologia egípcia.
A antiga lenda da luta de Hórus fala que Seth teria arremessado o Olho Esquerdo além do horizonte, e Thoth, gênio e guardião da lua, o encontrou deitado na escuridão da noite, descobriu o Olho deitado que estava separado em partes, as reuniu novamente para formar a lua cheia.
Quando Seth arremessou o Olho, o céu noturno emergiu na escuridão. Este era o símbolo da invisibilidade lunar - A Lua Nova. O retorno de Thoth com as partes significa a hora da Lua Crescente. Lua Cheia é sinal de que tudo está bem, então Thoth, é de certo modo, o salvador da ordem do mundo.
Esta história é baseada em um trocadilho entre raiva (neshen) e cabelo (shen). A raiva do Olho quando retornou ao criador e descobriu que ela tinha sido suplantada por outro é identificado com o cabelo que esconde o Olho. O posterior é um símbolo para os fios de nuvem que atravessa o sol, escondendo sua luz. Assim, a tempestade que o Olho provocou no começo do mundo é como as nuvens escuras que cobrem o sol. Nos dois casos é Thoth, o gênio da ordem cósmica, quem põe as coisas no lugar.
Os autores do Livro dos Mortos perceberam que suas lendas não eram sobre coisas diferentes, mas correspondentes a padrões e eram símbolos que tratavam de temas básicos, e que os deuses eram a expressão de necessidades psíquicas.
Os olhos expressivos, do querido personagem oriental, carrega em sua essência o mito do herói, que como um arquétipo, representa as etapas do crescimento do homem. Este mito tem a função de desenvolver no indivíduo a consciência do ego, o conhecimento de suas próprias forças e fraquezas, e ainda, preparar para as difíceis tarefas que a vida apresenta, tornando sol e lua plenos.
Ao falar de símbolos, falamos da história da humanidade, da criação de representações que advém da herança guardada no inconsciente, possibilitando o entendimento de nossas representações imagéticas, nossas criações que se mesclam entre fantasia e realidade.

2 comentários:

Yane Santiago disse...

Quanta coisa!

Thaís disse...

sim...
muitas são as coisas a cerca de nós mesmos.
(isso é só um pequeno fragmento de um estudo)